QUEM SOMOS?
Depois de 11 anos de trabalho no Largo do Intendente, e partilhando a condição de tantas organizações sócio- culturais de interesse comum que ficaram sem espaço a
rendas acessíveis no território de Arroios, o Largo Residências promoveu a ocupação temporária e reparação/manutenção de parte significativa do antigo Quartel da GNR Cabeço de Bola / Santa Bárbara. Esta cedência foi possível graças a uma articulação inicial com a Estamo e ao longo do processo com as suas actuais tutelas – Fundiestamo, IHRU e Ministério da Habitação – e com o Município de Lisboa a partir do momento em que se iniciou a partilha de espaço com o Centro de Acolhimento e Emergência Municipal (CAEM) Programa de Arrendamento Acessível, bem como espaços comerciais, culturais e serviços.
Desde Outubro de 2022 que um antigo e devoluto Quartel da GNR deu lugar à cidadania, cultura e inclusão. Ao longo deste último ano de abertura ao público, o LARGO Residências promoveu mais de 900 eventos de programação e formação sócio-cultural com mais de 80 parceiros pontuais para cerca de 50 mil visitantes/público.
Vizinhos(as) e parceiros(as) sociais apropriaram-se de um espaço seguro, intergeracional e multicultural que incluiu a participação de grupos de activistas pelas questões climáticas e de género, por cidadãos/cidadãs em várias condições de vulnerabilidade social (situações de sem abrigo e refúgio) criando um espaço de trabalho permanente para 40 projectos sócio-culturais (individuais e colectivos) abrangendo 190 trabalhadores(as).
No total estiveram envolvidas mais de 1000 pessoas trabalhadoras da área da cultura e intervenção social que contribuíram para um impacto económico estimado em 1.3 milhões de euros, de acordo com o volume de negócios das entidades residentes. Em Outubro, depois do fecho dos portões ao público, estivemos a preparar a nossa saída deste espaço para dar lugar ao início das obras para a, tão necessária como urgente, construção de casas a rendas acessíveis por iniciativa do Governo. Como pessoas e organizações com os pés bem assentes neste território sabemos que nada pode justificar o atraso numa reabilitação urbana que permita a criação de mais casas para as pessoas viverem.
Pela nossa parte estivemos a estudar, com o Governo e a Estamo, uma solução que nos permita manter no território, movimentando este ecossistema de organizações e ideias para parte do antigo Hospital Miguel Bombarda. Com a certeza que esta experiência comunitária não foi em vão e que fortaleceu todas as organizações envolvidas, não vamos parar. Não abdicamos do nosso papel na coesão territorial e na construção dos denominados “terceiros espaços”, de interesse comum e sem fins lucrativos. Em apenas um ano de abertura ao público mostrámos que os edifícios públicos, mesmo a aguardar novos futuros, não podem estar vazios e podem ser preservados e mantidos pelas pessoas da vizinhança.
Este movimento foi promotor de cultura, inclusão social e desenvolvimento local e pretende continuar e alargar o seu alcance através do centro cultural e comunitário “Jardins do Bombarda” que será inaugurado no 2.o trimestre de 2024.
Construímos cidade, aberta a todas as pessoas.
Defendemos que o futuro do Hospital Miguel Bombarda possa ter em conta a defesa do seu património cultural promovendo parcerias e colaborações com diferentes entidades e agentes culturais e territoriais que ao longo dos últimos anos têm alertado e apresentado várias propostas para este espaço de forma a que a sua utilização possa ser democrática, representativa e inclusiva.